terça-feira, 10 de novembro de 2015

Quer emagrecer? Então se ame primeiro!

Serei honesta: não, não fui uma criança gordinha como muita gente clama. Pelo contrário, era uma magricelinha vivaz que não parava quieta o dia todo. No início da adolescência, com uns 12, 13 anos, já não era mais tão enxuta, porém também não chegava a ser cheinha. Diria que seria considerada uma "mediana" pelos padrões atuais. Foi só por volta dos 15 anos, depois de ter passado por vários problemas na escola - falarei sobre isso outra hora - que comecei a engordar pra valer. E só pra deixar claro, a engorda foi uma consequência, e não a causa de tais problemas. Mas explicarei com calma em outro post.
Anos se passaram, e o peso destes problemas só foi aumentando. Um peso psicológico muito maior do que o indicado no ponteiro da balança, na verdade (ou nos números digitais, já que estamos em era tecnológica e tal). Pra gente insegura, lidar com olhares julgadores e pressão por todos os lados, inclusive dentro de minha própria casa, é torturante. E não tenho intenção alguma de me vitimizar, mas tenha em mente que as pessoas são diferentes. Portanto, as reações às circunstâncias da vida também não serão iguais às suas. E não é nada fácil sequer tentar sentir-se interessante quando se é bombardeada, direta e indiretamente, por ideias de que só se é bonita sendo magra, ou, pior ainda, de que só se é FELIZ tendo aquele corpo de dar inveja. É, amigos. A vida pode ser bem cruel, mas sou uma otimista e procuro sempre enxergar o lado bom de todas as merdas que me acontecem. E o tempo me trouxe uma coisa ótima chamada maturidade.
Ok, Gabriela. O que o título do texto tem a ver com seu post, afinal? Você só falou sobre sua vida, mas não deu nenhuma dica de como emagrecer. Bem, se veio aqui procurando algum tipo de dieta pra perder 10kg em um mês, perdeu seu tempo. Não sou nutricionista, sou escritora e professora. Não posso e nem quero dar pitaco naquilo que não é de minha área de estudo. Só quero compartilhar algo que aprendi por experiência própria: a melhor maneira de emagrecer é se amando primeiro. Por quê? É simples. Enquanto condicionar sua felicidade a um padrão estético, será apenas um ato de desespero. Pior ainda se quiser resultados rápidos, pois mudança alguma ocorre de um dia pro outro. Não se para de fumar do nada, muda-se de residência sem passar por processos burocráticos antes etc. Qualquer mudança demandará tempo e paciência, e isso também vale para perder peso. E quando se toma decisões muito precipitadas ou desesperadas, talvez até seja possível conseguir resultado rápido, mas consequências virão. Neste caso: saúde em risco e toda a gordura perdida de volta. Precisei atingir certo nível da já citada maturidade para perceber que quando aprendi a me amar e me aceitar, a coisa começou a fluir de verdade. Isso porque a tentativa de emagrecimento já não foi mais encarada como uma forma de ficar bonita, mas, sim, como um processo de chegar a uma versão melhorada de mim mesma. Percebeu a diferença? E não, continuo não sendo magra, e, sinceramente, nem pretendo. Mas também não pretendo continuar gordinha pra sempre. O processo é longo, como já falei. Estou no caminho :)
Não importa o que você quer da vida. Não importa se você é gordo(a), magro(a), se pretende ou não emagrecer, mas se ame. Não se esqueça disso, pois ninguém pode fazer isso por você. Ame-se. Sempre.

sábado, 7 de novembro de 2015

Fila, não! Coração

Costuma-se pregar à exaustão aquela ideia de que "a fila anda". Não concordo com isso. Nunca concordei. Não acho que as pessoas devam ser comparadas a balcões de açougue onde se deve pegar senha para escolher qual carne levar. Não. Tenho um coração, e nele cabe apenas uma pessoa de cada vez. Às vezes, pode até ter algumas feridas, que eventualmente se fecham, deixando cicatrizes e que não são de todo ruins, pois mostram que temos algo a contar; uma história, boa ou ruim, não importa, mas sempre emocionante. E não acho que é preciso dar um significado a tudo. É, sim, possível ter o tal do "lance". Aliás, diria que muitas vezes ele é necessário. Em tempos de extremos como os de hoje em dia, no qual "ou você é intenso, ou é desapegado", a calmaria também tem seu valor, mesmo que quase esquecido. Porém, é justamente pelo tamanho apreço ao desapego nos mais variados tipos de discursos que não me identifico com o conceito de fila.
Não é necessário dar um grande significado a cada um, mas sabe, às vezes até aquela pessoa que te magoou pode te ensinar algo bom, nem que seja apenas pra mostrar que o jogo ainda não acabou. Cada pessoa que passa por nossa vida tem uma importância diferente e leva seu próprio tempo para ir embora. Ou todo mundo que vai ao açougue demora exatos 2 minutos e pede apenas 1kg de alcatra?

Tudo passa

Tudo passa um dia. Alegrias, tristezas, anseios, angústias, mágoas, pessoas queridas, pessoas odiadas. Passam-se cores, cheiros, tato, músicas. Pense bem; você já não é mais o mesmo de um ano atrás. Pessoas, ideias, planos e talvez até sonhos saíram e deram lugar a outros sonhos... E pessoas, ideias e planos.
Até as lembranças passam. Aquela memória é apenas uma caixinha de vidro, que guarda um significado. Com o tempo, sua caixinha irá se quebrar e tudo o que sobrará são estilhaços do vidro. Lembranças vão embora pra darem espaço a outras lembranças mais significativas.
A vida funciona assim, como uma caixinha de vidro cujos estilhaços variados compõem sua essência. Podem até machucar. Mas não se preocupe. Isso também passa.

domingo, 1 de novembro de 2015

A arte da solidão

Antes de mais nada, quero começar este texto deixando claro uma coisa: não tenho absolutamente NADA contra os enamorados. Cada um é feliz à sua forma, e se virem meus outros posts, perceberão que falo muito sobre amor. Porém, numa sociedade como a nossa, onde as aparências contam mais do que as atitudes, desfrutar da própria companhia pode ser um verdadeiro desafio. São cobranças por todos os lados, mesmo que elas nunca cheguem a você por palavras. Olhares podem dizer até muito mais. E é inegável que muita gente olha torto para quem está ali, curtindo o momento a sós com sua cerveja numa mesa de bar qualquer.
Por experiência própria, digo é que libertador saber aproveitar a solidão. É desprender-se de laços e fazer aquilo o que quiser, na hora que quiser. Poder assistir aquele filme de ficção científica que seus amigos detestam, comer onde bem entender. Mas, acima de tudo, é dar-se a chance de fazer uma autoavaliação, de se conhecer integral e verdadeiramente. Ninguém pode te entender melhor do que você mesmo, e se nem você consegue definir o que quer, não pode exigir que um eventual parceiro saiba. Sempre defendi com unhas e dentes que para ser feliz com outrem, é preciso amar a si, primeiramente. Afinal, não é muito melhor ter um copo cheio de limonada no qual acrescentando-se mais um novo copo, poder-se-á colocar todo o conteúdo numa garrafa e ter limonada por um bom tempo, do que meio copo + outro meio copo que tornam-se apenas um pequeno copo inteiro?
O processo é meio complicado. Os olhares de pena quando digo que fui a um evento X apenas com minha própria companhia não são poucos. Porém, com o tempo a gente aprende a rir da situação. Até porque o autoconhecimento não é nada fácil. Não é difícil encontrar pessoas que dizem se conhecer tão bem, mas que mal sabem controlar os próprios sentimentos. Ou, pior que ainda, que não sabem sequer definir o que sentem e quando sentem. E não falo apenas de sentimentos afetivos, não. E não há nada de errado em admitir que se gosta de aproveitar a solidão. Inclusive, meu próximo passo é fazer uma viagem sozinha. Em breve contarei detalhes :)
Solidão é uma arte. E, como toda boa arte, sempre haverá quem não conseguirá compreendê-la.