domingo, 23 de dezembro de 2018

Ode aos quietos



Ei,
Tá tudo bem.
Não há problema algum em ser quieto, mesmo que a maioria te diga o contrário. E como dirão.
Não faz mal trocar a balada de sábado pelos filmes com pipoca debaixo das cobertas. É o seu jeito.
Aliás, tá tudo bem em não se sentir à vontade no meio de centenas de desconhecidos, ou até centenas de conhecidos, que seja, e preferir um jantar intimo com um pequeno grupo de amigos. Você não é menos que ninguém por isso.
Não tem problema preferir ouvir a falar, dizer algo apenas quanto tiver algo importante a dizer e não sentir necessidade de preencher "silêncios constrangedores", pois pra vocês eles são é confortáveis.
Eu sei, o mundo constantemente nos prega o oposto, que devemos gostar de falar e socializar o tempo todo. E eles não estão totalmente errados, pois é o jeito deles, mas tenha em mente que você também não está. Não estamos. É nossa personalidade quieta, introvertida, que nos faz ser assim.
E dane-se quem não entende ou procura entender. Danem-se aqueles que te acham antipático apenas por não querer conversar. Dane-se o mundo que, muitas vezes, não sabe a hora de parar de falar. Afinal, não é o silêncio que vale ouro?

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Meta de Relacionamento


Tarde de domingo. Você está ali, deitada em sua cama, entediada e, ao mesmo tempo, pensando na semana que está prestes a se iniciar. Então, resolve abrir o Instagram. Rola tela abaixo, curte algumas fotos, tudo numa repetição de movimentos praticamente fordista, e eis que descobre uma verdade um tanto quanto perturbadora: aquele casal famoso que você tanto admirava havia se separado. Poxa, mas eles eram tão felizes. Será?

Dia destes vi que uma conhecida havia postado foto com um rapaz desconhecido para mim. Ué, ela e o Marcos terminaram? Mas eles formavam um casal tão bonito, bacana e divertido, e estavam há tanto tempo juntos. Eram daqueles em que a gente meio que sente aquela invejinha branca, sabe? Meio comercial de margarina. Daqueles que poderiam muito bem colocar um #metaderelacionamento em cada foto que todos compraria a ideia (eu, inclusive).

Mas a coisa não é bem assim. Aquela foto perfeita de um casal feliz pode esconder intrigas que jamais serão escancaradas nas redes sociais. Aquela foto com a praia sendo pano de fundo e um sorriso libertador pode camuflar uma relação desgastada, cheia de ciúme, possessividade, controle e jogos psicológicos infindos. Aquele casal que você coloca como meta de relacionamento pode ser qualquer coisa, exceto perfeito. Aliás, ninguém é.

A verdadeira meta de relacionamento é aprender a dar valor a quem te fará sorrir muito mais do que chorar; te incentivará a ser alguém melhor; te apoiará em qualquer decisão, mesmo que ela não concorde; será seu/sua melhor amigo/a; te respeitará, acima de tudo. Não estou dizendo que não se pode admirar - ou até mesmo se inspirar, por que não? - em fotos bacanas de casais. O problema está em focar apenas nas poses e se esquecer do que é real. Afinal, somos todos perfeitos em nossa imperfeição, e relações deveriam ser uma consequência, e não um objetivo.