sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Carta a um amor desconhecido



Meu caro,

Não sei seu nome, sua idade, seu endereço ou profissão. Não sei como nos conheceremos, se já pegamos a mesma fila no supermercado ou até se já trocamos algumas palavras. Não sei qual seu cheiro, qual o gosto do teu beijo ou a sensação de acariciar seus cabelos. Não espero que seja galanteador, romântico e que me dê flores. Prefiro que me arranque um sorriso do nada. Não espero que seja parrudo, bombado, desses que chamam a atenção por onde passam. Aliás, na verdade nem quero. Nada contra os geração-saúde, mas, pra mim, é indispensável aquela pizza com uma cerveja enquanto passeamos por todo o catálogo do Netflix (e provavelmente não encontrando nada para ver). Não espero nem que me entenda, pois às vezes nem eu mesma me compreendo. Somente, e tão somente espero que me respeite.
Mas, acima de tudo, espero que seja verdadeiro, pelo menos enquanto dure, seja 1 mês, 1 ano ou o resto da vida. Uma hora a gente se cansa de tanta relação superficial, cujo interesse simplesmente desaparece de um dia pro outro, literalmente. Espero, de todo o coração, que combatamos isso juntos. E não se preocupe com seu coração calejado e remendado. Se me ajudar a consertar o meu, te ajudo a consertar o seu também. Não espero nem que seja intenso, pois isso acaba também. Há um certo charme na calmaria. Tão somente espero que seja real.

Com amor (res)guardado,

Desconhecida

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