domingo, 1 de novembro de 2015

A arte da solidão

Antes de mais nada, quero começar este texto deixando claro uma coisa: não tenho absolutamente NADA contra os enamorados. Cada um é feliz à sua forma, e se virem meus outros posts, perceberão que falo muito sobre amor. Porém, numa sociedade como a nossa, onde as aparências contam mais do que as atitudes, desfrutar da própria companhia pode ser um verdadeiro desafio. São cobranças por todos os lados, mesmo que elas nunca cheguem a você por palavras. Olhares podem dizer até muito mais. E é inegável que muita gente olha torto para quem está ali, curtindo o momento a sós com sua cerveja numa mesa de bar qualquer.
Por experiência própria, digo é que libertador saber aproveitar a solidão. É desprender-se de laços e fazer aquilo o que quiser, na hora que quiser. Poder assistir aquele filme de ficção científica que seus amigos detestam, comer onde bem entender. Mas, acima de tudo, é dar-se a chance de fazer uma autoavaliação, de se conhecer integral e verdadeiramente. Ninguém pode te entender melhor do que você mesmo, e se nem você consegue definir o que quer, não pode exigir que um eventual parceiro saiba. Sempre defendi com unhas e dentes que para ser feliz com outrem, é preciso amar a si, primeiramente. Afinal, não é muito melhor ter um copo cheio de limonada no qual acrescentando-se mais um novo copo, poder-se-á colocar todo o conteúdo numa garrafa e ter limonada por um bom tempo, do que meio copo + outro meio copo que tornam-se apenas um pequeno copo inteiro?
O processo é meio complicado. Os olhares de pena quando digo que fui a um evento X apenas com minha própria companhia não são poucos. Porém, com o tempo a gente aprende a rir da situação. Até porque o autoconhecimento não é nada fácil. Não é difícil encontrar pessoas que dizem se conhecer tão bem, mas que mal sabem controlar os próprios sentimentos. Ou, pior que ainda, que não sabem sequer definir o que sentem e quando sentem. E não falo apenas de sentimentos afetivos, não. E não há nada de errado em admitir que se gosta de aproveitar a solidão. Inclusive, meu próximo passo é fazer uma viagem sozinha. Em breve contarei detalhes :)
Solidão é uma arte. E, como toda boa arte, sempre haverá quem não conseguirá compreendê-la.

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